Três tipos de Licenças
são previstas pelo Art. 19 do Decreto Federal nº
99.274/1990: a Licença Prévia (LP), na fase
preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos
básicos a serem atendidos nas fases de
localização, instalação e
operação; a Licença de
Instalação (LI), autorizando o início
das obras de implantação, de acordo com as
especificações constantes no Projeto de
Engenharia aprovado; e a Licença de
Operação (LO), autorizando, após as
verificações necessárias, o
início da atividade licenciada e o funcionamento de seus
dispositivos de controle, previstos nas Licenças
Prévia e de Instalação.
Para obtenção destas Licenças, o
empreendedor (no Brasil, geralmente o órgão
responsável pelo sistema viário federal - DNIT,
ou os órgãos estaduais correspondentes) as
solicita sequencialmente ao órgão ambiental
competente (IBAMA ou órgãos estaduais
correspondentes) e segue a tramitação
específica definida pelo mesmo. Apesar de variarem em
aspectos secundários, as etapas seguem basicamente o fluxo
de procedimentos apresentado na Figura 3, adotado pelo IBAMA.
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Figura 3. Fluxo de
procedimentos do processo de Licenciamento Ambiental Federal.
Em relação às etapas
numeradas na Figura 3, podem ser realizadas as seguintes
observações:
1. A solicitação de abertura do processo
é feita por meio do preenchimento do Formulário
de Solicitação de Abertura de Processo - FAP,
diretamente no sítio do órgão na
Internet, incluindo a caracterização do
empreendimento.
2. O IBAMA formaliza a abertura do processo de Licenciamento e
encaminha o respectivo número ao empreendedor, em meio
eletrônico, em um prazo máximo de 10 dias.
3. O Termo de Referência (TR) define o escopo dos Estudos
ambientais. Para sua elaboração, pode ser
necessária apresentação do projeto por
parte do empreendedor e realização de vistoria
à área proposta para
implantação. Os órgãos
federais intervenientes (FUNAI, IPHAN e Fundação
Cultural Palmares) e os Órgãos Estaduais de Meio
Ambiente (OEMAs) são consultados para
apresentação de
contribuições ao TR. O TR deve ser encaminhado ao
empreendedor em um prazo máximo de 60 dias após a
abertura do processo.
4. O Estudo ambiental é realizado por equipe
técnica multidisciplinar contratada pelo empreendedor.
Após o recebimento do TR, o Estudo deve ser entregue ao
órgão ambiental em um prazo máximo de
2 (dois) anos, sob pena de perda de validade do TR.
5. A conferência dos Estudos apresentados (check-list)
é realizada para verificar se todos os tópicos
previstos no TR foram abordados. O órgão
ambiental tem um prazo de 30 dias para realizar esta
conferência. Não sendo aceitos, é
realizada a devolução dos Estudos para
adequação ao TR, com a devida
publicação do Edital de
Devolução no Diário Oficial da
União.
6. A análise técnica dos Estudos é
realizada por equipe multidisciplinar de analistas do
órgão ambiental. Geralmente são
realizadas vistorias para conferir os dados apresentados e subsidiar a
elaboração de Parecer Técnico
conclusivo. O prazo de análise é de 180 dias (IN
IBAMA nº 184/2008). Caso seja constatada deficiência
em algum tópico do estudo, são solicitadas
complementações ao empreendedor, ficando suspensa
a contagem do prazo de análise até que as mesmas
sejam apresentadas. Os órgãos federais
intervenientes (FUNAI, IPHAN e Fundação Cultural
Palmares) e os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente
(OEMAs) são consultados para se manifestarem quanto ao teor
dos Estudos.
7. Após emissão de Parecer Técnico
conclusivo que indique sua viabilidade, o órgão
ambiental emite a Licença Prévia, especificando o
período de validade, localização,
características e medidas mitigadoras referentes aos
impactos identificados. Sua validade deve ser no mínimo
igual à do cronograma de elaboração do
PBA e dos Projetos relativos ao empreendimento, não podendo
ser superior a 5 anos.
8. O Projeto Básico Ambiental contém os Programas
Ambientais, os quais detalham as ações
mitigadoras e de monitoramento. Além dele e do Projeto de
Engenharia, o empreendedor deve apresentar o Plano de
Compensação Ambiental para ter analisado seu
requerimento de Licença de Instalação.
9. A análise técnica dos Projetos é
realizada por equipe multidisciplinar de analistas do
órgão ambiental. O PBA também
é encaminhado aos órgãos
intervenientes para manifestação. O prazo
máximo para análise é de 75 dias.
10. A Licença de Instalação autoriza a
execução das obras conforme
especificações do Projeto Executivo e
condicionadas à execução do Projeto
Básico Ambiental. A análise destes itens deve
constar de Parecer Técnico conclusivo do
órgão ambiental, que subsidiará a
decisão de emitir a Licença. Sua validade deve
ser no mínimo igual ao cronograma de
implantação, com um limite de 6 anos.
11. O empreendedor é responsável pela
execução do PBA conforme aprovado no processo de
licenciamento.
12. O empreendedor apresenta relatórios parciais e final
referentes à execução do PBA.
13. O órgão ambiental realiza vistorias e analisa
os relatórios referentes à
execução do PBA. O prazo para análise
do relatório final e elaboração de
Parecer para a Licença de Operação
é de 45 dias.
14. A Licença de Operação especifica
as condições de funcionamento e estabelece
Programas Ambientais de mitigação e monitoramento
a serem executados na fase de operação da
rodovia. Sua emissão também está
associada à análise constante de Parecer
Técnico conclusivo. Pode ter validade entre 4 e 10 anos,
15. O empreendedor deve executar os Programas Ambientais integrantes do
PBA conforme aprovado no processo de licenciamento.
16. O empreendedor deve apresentar periodicamente relatórios
referentes à execução do PBA.
17. O órgão ambiental deve avaliar criticamente
os resultados dos Programas Ambientais e das medidas mitigadoras
implementadas.
18. Baseado nos resultados observados são propostas
adequações aos Programas Ambientais e
à estrutura do empreendimento.
19. A Renovação da Licença de
Operação especifica as
condições de funcionamento e redefine os
Programas Ambientais de mitigação e monitoramento
a serem executados no próximo período de
operação da rodovia.
20. O empreendedor deve executar os Programas Ambientais integrantes do
PBA conforme aprovados no processo de renovação
da LO.
21. O empreendedor deve apresentar periodicamente relatórios
referentes à execução do PBA.
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